segunda-feira, 25 de abril de 2016

Somos o resultado da "massa"


Posso pensar em mim mesmo como indivíduo. Posso estar buscando minha própria salvação, tratando de meus próprios interesses, fazendo todas as coisas que individualmente fazemos, cultivando meu caráter, minha virtude, alimentando minha ambição, minha avidez, minha inveja, aprimorando minha especial capacidade, talento, etc. Tudo está ainda compreendido na limitadíssima esfera daquilo a que chamamos "indivíduo". Mas esse indivíduo também é resultado da massa. Todos os indivíduos, em todas as partes do mundo, estão fazendo a mesma coisa, e cada um deles é o resultado de sua sociedade, de seu grupo, de sua família, de sua religião, etc. E qualquer alteração que aí se faça não é, de modo algum, uma mutação, uma revolução radical, porém mera modificação do padrão. A revolução radical se verifica além do indivíduo e da massa. 

[...] É necessário compreender a futilidade de qualquer padrão, e rejeitá-lo completamente. No momento em que se percebe que uma coisa é falsa, ela cai por si. Portanto, você deve compreender a falsidade de qualquer padrão, e dessa maneira terá a possibilidade de realizar a mutação. 

Veja agora o que está implicado nisso. Quando você diz que um padrão, um método, um sistema produzirá a mutação, duas coisas estão implicadas: a primeira, que você sabe o que a mutação significa; e a segunda, que um método lhe ajudará a conseguir a mutação. Você sabe o que significa mutação? Obviamente não sabe. 

Jiddu Krishnamurti

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"É porque se espalha o grão que a semente acaba
por encontrar um terreno fértil."-
Júlio Verne


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"A aventura é, sempre e em todos os lugares, uma passagem pelo véu que separa o conhecido do desconhecido; as forças que vigiam no limiar são perigosas e lidar com elas envolve riscos; e, no entanto, todos os que tenham competência e coragem verão o perigo desaparecer." — Joseph Campbell em, O Herói de Mil Faces

"Acredito que o maior presente que alguém me pode dar é ver-me, ouvir-me, compreender-me e tocar-me. O maior presente que eu posso dar é ver, ouvir, entender e tocar o outro. Quando isso acontece, sinto que fizemos contato" — Virginia Satir

"A mente inocente é aquela que não pode ser ferida. Uma mente sem marcas de ferimentos recebidos — eis a verdadeira inocência; temos cicatrizes no cérebro e, com elas, queremos descobrir um estado mental sem ferimento algum. A mente inocente não pode ferir-se (isto é, sofrer ofensa), porque nunca transporta um ferimento de dia para dia. Não há, pois, nem perdão, nem lembrança.[...] A mente em conflito não tem nenhuma possibilidade de compreender a Verdade" — Krishnamurti