domingo, 3 de abril de 2016

Estratégias de Sobrevivência: Racionalização e idealização


A racionalização é outro mecanismo de defesa. Quando racionalizamos, criamos desculpas. Se os nossos pais nos deixam sozinhos, se não temos contato com eles, explicamos a nós mesmos que mamãe ou papai têm empregos muito importantes. Precisam dar duro; sozinhos, nós estamos bem. Se nos sujeitamos a abusos físicos ou verbais, justificamos o comportamento com pensamentos como: "Ela gritou comigo porque teve um dia ruim no escritório" ou "Ele não queria me bater. Ele só não estava se sentindo bem hoje." No meio de uma situação que parece irracional, buscamos razões lógicas para o nosso comportamento. 

Quando idealizamos nossas circunstâncias, nossas mentes se tornam contadoras de histórias. Uma criança numa família disfuncional pode contar a si mesma e aos outros que a sua família é maravilhosa e feliz, talvez até melhor que a dos outros. Pode idealizar os pais, vendo-os como pai e mãe perfeitos que sempre fazem a coisa certa. Todos se dão muito bem e sempre se divertem juntos. Ela se apega às memórias agradáveis e as aumenta exageradamente, generalizado-as para representar toda a sua realidade. Essa é uma atividade criativa que ajuda a sobreviver. No entanto, também leva a um padrão de falso otimismo, negação ou idealismo irreal que mais cedo ou mais tarde se vão tornar um fardo nos seus relacionamentos ou na sua atuação cotidiana.

Chrtistina Grof em, Sede de Plenitude - Apego, Vício e Caminho Espiritual      

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Postagens populares

"É porque se espalha o grão que a semente acaba
por encontrar um terreno fértil."-
Júlio Verne


>>>>>>>>>>>>>>

"A aventura é, sempre e em todos os lugares, uma passagem pelo véu que separa o conhecido do desconhecido; as forças que vigiam no limiar são perigosas e lidar com elas envolve riscos; e, no entanto, todos os que tenham competência e coragem verão o perigo desaparecer." — Joseph Campbell em, O Herói de Mil Faces

"Acredito que o maior presente que alguém me pode dar é ver-me, ouvir-me, compreender-me e tocar-me. O maior presente que eu posso dar é ver, ouvir, entender e tocar o outro. Quando isso acontece, sinto que fizemos contato" — Virginia Satir

"A mente inocente é aquela que não pode ser ferida. Uma mente sem marcas de ferimentos recebidos — eis a verdadeira inocência; temos cicatrizes no cérebro e, com elas, queremos descobrir um estado mental sem ferimento algum. A mente inocente não pode ferir-se (isto é, sofrer ofensa), porque nunca transporta um ferimento de dia para dia. Não há, pois, nem perdão, nem lembrança.[...] A mente em conflito não tem nenhuma possibilidade de compreender a Verdade" — Krishnamurti