segunda-feira, 20 de junho de 2016

Atravessando a arrebentação da mente adquirida

Lave e limpe sua mente

Lave e limpe sua mente para obter a verdadeira visão original, pode você estar sem contaminação?

Desista de aprender e se torne livre de preocupações.

Cale seu conhecimento; feche a porta da sua inteligência.

Aprenda a como não precisar aprender, para evitar repetir o erro dos outros.

Aqueles que sabem a verdade não possuem conhecimento. Aqueles que possuem conhecimento não conhecem a verdade.

Lao Tzu

domingo, 19 de junho de 2016

Sobre a repressão infantil

Como a criança que existe dentro de si foi reprimida, você vai reprimir os seus filhos. Ninguém deixa os filhos dançar, cantar, gritar, pular. Por razões triviais: podem partir qualquer coisa, podem ficar com a roupa molhada se andarem a correr, e por causa destas pequenas coisas destrói-se completamente uma grande quantidade espiritual, a vontade de brincar.

A criança obediente é elogiada pelos pais, pelos professores, por toda a gente; a criança brincalhona é condenada. A sua vontade de brincar pode ser absolutamente inofensiva, mas ela é condenada porque existe nela um perigo potencial de rebeldia. Se a criança continuar a crescer com total liberdade para ser brincalhona, acabará por se converter num rebelde. Não será facilmente escravizada; não será facilmente alistada em exércitos para destruir pessoas ou para ser destruída.

A criança rebelde acabará por ser um jovem rebelde. Sendo assim, ninguém o poderá forçar a casar; ninguém o poderá forçar a ir para um determinado emprego; sendo assim, a criança não pode ser forçado a realizar os desejos e anseios que os pais não realizaram. O jovem rebelde seguirá o seu próprio caminho. Viverá a sua vida de acordo com os seus próprios desejos mais profundos, e não de acordo com os ideais de outra pessoa qualquer.

O rebelde é basicamente natural. A criança obediente está quase morta, e, portanto, os pais estão muito felizes, porque ela está sempre sob controlo.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Um olhar sobre o futuro das crianças


Certo dia, na estrada que leva até o mar, caminhando sob as palmeiras e as árvores pesadas pela chuva, olhando para milhares de coisas, um grupo de crianças entoava cânticos. Elas pareciam tão felizes, inocentes e absolutamente alheias ao mundo. Uma delas nos reconheceu, aproximou-se sorrindo e caminhamos de mãos dadas por alguns instantes. Caminhamos em silencio e, ao chegarmos perto da casa, ela fez uma saudação e desapareceu dentro da casa. O mundo e a família irão destruí-la e ela também terá filhos, chorara por eles e, por intermédio da astúcia do mundo, eles também serão destruídos. Mas, naquele fim de tarde, ela estava feliz e cheia de vida ao compartilhar um caminhar juntos de mãos dadas.

Krishnamurti em, Apontamentos de Krishnamurti

segunda-feira, 6 de junho de 2016

O absurdo do pecado original

[...] Disseram-lhe que você nasceu no pecado. Que estupidez! Que absurdo!

O homem não nasce no pecado, mas na inocência. Nunca houve nenhum pecado original, a única coisa que houve foi a inocência original. Toda criança nasce na inocência. Nós fazemos com que se sinta culpada – começamos a dizer: “Assim você não pode ser. Você deve ser deste modo.” E a criança é natural e inocente. Nós a castigamos por ser natural e inocente e a recompensamos por ser artificial e esperta. O inocente é condenado, o inocente é considerado quase como um sinônimo de criminoso. O inocente é considerado tolo, o esperto é considerado inteligente. O falso é aceito – o falso se encaixa na sociedade falsa.

Então, toda a sua vida não passa de um esforço para criar cada vez mais punições para si mesmo. E tudo o que você faz é errado; então você tem de se punir por todas as alegrias. Até mesmo quando a alegria vem – a despeito de você mesmo, lembre-se, quando a alegria vem a despeito de você, quando às vezes a Existência simplesmente se choca contra você e você não pode evitá-lo – imediatamente você começa a se punir. Algo deu errado – como isso pôde acontecer a uma pessoa horrível como você?

Na verdade, quando alguém o ama, você fica um tanto surpreso. “Quem...eu? Uma pessoa me ama?” A ideia surge na sua mente: “É porque ela não me conhece. É isso. Se vier a me conhecer, se me observar melhor, ela nunca me amará.” E assim os amantes começam a se esconder uns dos outros. Eles guardam muitos segredos, não abrem os seus segredos porque têm medo de que, no momento em que abrirem o coração, o amor irá desaparecer – porque não conseguem se amar, como podem imaginar que alguém os ama?

O amor começa com o amor por si mesmo. Não seja um narciso, não seja obcecado por si mesmo – mas o amor por si mesmo é um dever, um fenômeno básico. O amor só é possível quando existe uma profunda aceitação de si mesmo, do outro. A aceitação cria um ambiente em que o amor prospera, o solo em que o amor viceja.

Osho

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Será que realmente amamos nossos filhos?

[...] PERGUNTAM OS PAIS alguma vez a si mesmos por que têm filhos? Têm filhos para perpetuar o seu nome, conservar sua propriedade? Desejam filhos unicamente para deleite próprio, para satisfação de suas necessidades emocionais? Se assim é, tornam-se os filhos mera projeção dos desejos e temores dos pais.

Podem os pais protestar amor aos filhos quando, educando-os erroneamente, fomentam a inveja, a inimizade e a ambição? É amor estimular antagonismos nacionais e raciais, conducentes à guerra, à ruína e à aflição extrema? É amor lançar os homens uns contra os outros em nome de religiões e ideologias?

Muitos pais impelem os filhos para as vias do conflito e do sofrimento, não só permitindo que sejam inconvenientemente educados, mas também pela própria conduta na vida; e depois, quando os filhos crescem e sofrem, rezam por eles ou procuram escusas para seu comportamento. O sofrimento dos pais pelos filhos é uma espécie de autocompaixão, decorrente do sentimento de posse; tal coisa só pode acontecer quando não existe amor.

Se os pais amarem os filhos, não serão nacionalistas, nem se identificarão com nação alguma, porque o culto do Estado produz a guerra, que mata e lhe mutila os filhos. Se os pais amarem os filhos, descobrirão a relação correta com a propriedade, porque o instinto de posse conferiu à propriedade um extraordinário e falso significado, que está destruindo o mundo. Se os pais amarem os filhos deixarão de pertencer a qualquer organização religiosa, porque o dogma e a crença dividem os indivíduos em grupos antagônicos, criando inimizade entre os homens. Se os pais amarem os filhos porão fim à inveja e à competição e tratarão de alterar fundamentalmente a estrutura da moderna sociedade.

Enquanto desejarmos que nossos filhos sejam poderosos, ocupem posições mais importantes e melhores, alcancem êxitos cada vez maiores, não existirá amor em nossos corações, pois o culto do bom êxito fomenta o conflito e o sofrimento. Amar os filhos é estar em perfeita comunhão com eles, é interessar-se em que tenham a espécie de educação que os ajude a ser sensíveis, inteligentes e integrados.

Krishnamurti, A educação e o significado da vida
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Postagens populares

"É porque se espalha o grão que a semente acaba
por encontrar um terreno fértil."-
Júlio Verne


>>>>>>>>>>>>>>

"A aventura é, sempre e em todos os lugares, uma passagem pelo véu que separa o conhecido do desconhecido; as forças que vigiam no limiar são perigosas e lidar com elas envolve riscos; e, no entanto, todos os que tenham competência e coragem verão o perigo desaparecer." — Joseph Campbell em, O Herói de Mil Faces

"Acredito que o maior presente que alguém me pode dar é ver-me, ouvir-me, compreender-me e tocar-me. O maior presente que eu posso dar é ver, ouvir, entender e tocar o outro. Quando isso acontece, sinto que fizemos contato" — Virginia Satir

"A mente inocente é aquela que não pode ser ferida. Uma mente sem marcas de ferimentos recebidos — eis a verdadeira inocência; temos cicatrizes no cérebro e, com elas, queremos descobrir um estado mental sem ferimento algum. A mente inocente não pode ferir-se (isto é, sofrer ofensa), porque nunca transporta um ferimento de dia para dia. Não há, pois, nem perdão, nem lembrança.[...] A mente em conflito não tem nenhuma possibilidade de compreender a Verdade" — Krishnamurti