A mente que é ambiciosa, ávida, invejosa, desejosa de autoridade - essa mente não tem amor, embora fale muito de amor, com os políticos, os gurus, que estão sempre e sempre falando em amor, com o coração vazio, e cheios de conflitos e de ardentes desejos; nunca há um momento em que, dentro deles próprios, tudo esteja morto, a sua mente esteja inteiramente vazia. Só quando a mente está completamente vazia, é possível compreender essa coisa extraordinária chamada "amor". Quando você diz "Amo meu marido, amo meu filho", não ama; porque, se o marido ou a mulher lhe vira as costas, você sente ciúme, sente cólera, amargor. É isso o que você chama "amor". O amor não tem apego. E, portanto, amor não significa "amor à família".
Assim, para se compreender essa coisa extraordinária chamada "amor", é necessária a compreensão do tempo. E para se saber o que é o amor, deve haver a morte — morte para tudo que você tem acumulado, do contrário, não pode ter uma mente nova. Você necessita de uma mente nova, uma mente jovem, uma mente inocente, porque o mundo está marchando com muita rapidez e você não terá possibilidade de compreendê-lo, se dele não se aproximar com uma mente fresca, nova, inocente. Se você se aproxima como discípulo, como hinduísta, ou como católico, ou com as tolices que cada um leva consigo, como poderá compreender essa coisa extraordinária e tão vasta que se chama "a vida"? Para compreender a imensidade da vida, você deve morrer todos os dias para tudo o que conhece. Daí, então, é possível estar em intimidade com a morte. Quando não há medo de espécie alguma, há então amor. Não se divide então o amor em "mundano" e "espiritual"; só há amor. E, se você não ama, não importa o que faça, nunca resolverá os problemas do mundo, nem seus próprios problemas.
O amor implica afeto — afeto por seus filhos, para que recebam a educação correta, alimentação correta, roupas adequadas; afeto para com os seus servidores, se os possui. Mas, neste país ninguém conhece afeto; todos estão cheios de ideias, de especulações, de ideais e prontos para discutir interminavelmente sobre o que deve ser o amor, cintar incontáveis livros; mas não sabem o que significa amar. Amor significa afeto, e você não pode ter afeto se está competindo, se está comparando, se está educando seus filhos por meio da competição. Por conseguinte, só pode haver amor quando há esse extraordinário afeto em relação a tudo que está fazendo — também o que está fazendo no escritório, porque seu emprego não difere da vida. É um emprego "detestável", porém é sua vida; não pode eliminá-lo de sua vida. Nele você passa quarenta anos e deve, portanto, exercê-lo com afeto — no que você faz, no que pensa, no que sente, no que ordena.
Se você não sabe o que é o amor, morre como um ente humano lastimável, sem conhecer aquela imensidade que se chama a "vida". E, no conhecer a plenitude da vida, encontra-se a plenitude do "desconhecido". Só a mente que percebeu o significado do tempo, da morte e do amor — os três estão relacionados entre si — só essa mente pode "explodir" no "desconhecido".
Jiddu Krishnamurti em, Uma Nova Maneira de Agir
Assim, para se compreender essa coisa extraordinária chamada "amor", é necessária a compreensão do tempo. E para se saber o que é o amor, deve haver a morte — morte para tudo que você tem acumulado, do contrário, não pode ter uma mente nova. Você necessita de uma mente nova, uma mente jovem, uma mente inocente, porque o mundo está marchando com muita rapidez e você não terá possibilidade de compreendê-lo, se dele não se aproximar com uma mente fresca, nova, inocente. Se você se aproxima como discípulo, como hinduísta, ou como católico, ou com as tolices que cada um leva consigo, como poderá compreender essa coisa extraordinária e tão vasta que se chama "a vida"? Para compreender a imensidade da vida, você deve morrer todos os dias para tudo o que conhece. Daí, então, é possível estar em intimidade com a morte. Quando não há medo de espécie alguma, há então amor. Não se divide então o amor em "mundano" e "espiritual"; só há amor. E, se você não ama, não importa o que faça, nunca resolverá os problemas do mundo, nem seus próprios problemas.
O amor implica afeto — afeto por seus filhos, para que recebam a educação correta, alimentação correta, roupas adequadas; afeto para com os seus servidores, se os possui. Mas, neste país ninguém conhece afeto; todos estão cheios de ideias, de especulações, de ideais e prontos para discutir interminavelmente sobre o que deve ser o amor, cintar incontáveis livros; mas não sabem o que significa amar. Amor significa afeto, e você não pode ter afeto se está competindo, se está comparando, se está educando seus filhos por meio da competição. Por conseguinte, só pode haver amor quando há esse extraordinário afeto em relação a tudo que está fazendo — também o que está fazendo no escritório, porque seu emprego não difere da vida. É um emprego "detestável", porém é sua vida; não pode eliminá-lo de sua vida. Nele você passa quarenta anos e deve, portanto, exercê-lo com afeto — no que você faz, no que pensa, no que sente, no que ordena.
Se você não sabe o que é o amor, morre como um ente humano lastimável, sem conhecer aquela imensidade que se chama a "vida". E, no conhecer a plenitude da vida, encontra-se a plenitude do "desconhecido". Só a mente que percebeu o significado do tempo, da morte e do amor — os três estão relacionados entre si — só essa mente pode "explodir" no "desconhecido".
Jiddu Krishnamurti em, Uma Nova Maneira de Agir
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