Há pessoas que conseguem manter a ilusão da contínua atenção e disponibilidade dos pais (cuja ausência na primeira infância elas negam juntamente com suas próprias reações emocionais) por meio de contínuas realizações notáveis. Essas pessoas, em geral, são capazes de evitar a ameaça da depressão com o aumento da exibição de seu brilho, enganando a si mesmas e aos outros que as cercam. Não raro, escolhem como cônjuges pessoas fortes com características depressivas ou que, pelo menos no casamento, assumam inconscientemente os componentes depressivos dos parceiros grandiosos e os desempenhem. Dessa forma, a depressão fica "do lado de fora". A pessoa "grandiosa" precisa cuidar do "pobre" cônjuge, protegê-lo como uma criança, sente-se forte e indispensável e consegue um pilar adicional para a construção da própria personalidade, que NÃO TEM FUNDAÇÕES SÓLIDAS, mas depende dos pilares do sucesso, da realização, da "força" e, principalmente, da NEGAÇÃO DO MUNDO EMOCIONAL DE SUA PRÓPRIA INFÂNCIA.
Alice Miller
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