E o que nos interessa é descobrimento, e não asserções, acordos e desacordos. Nós mesmos é que temos de descobrir. Mas é quase impossível descobrir o verdadeiro, descobrir se existe o atemporal, além dos limites da mente — se você pertence a qualquer religião organizada; porque crença e dogma são, essencialmente, obstáculos ao descobrimento. Só a mente que percebe todas as falsidades e influências condicionadoras dessa propaganda rotulada de "religião" — só essa mente pode se libertar, descobrir.
Mas isso requer muita penetração, muita investigação, vigilância, percebimento das coisas como são, e não mera aceitação ou rejeição puramente intelectual. Porque o aceitar ou rejeitar é simples questão de intercâmbio verbal. Mas, se realmente empreendermos o trabalho de descobrir — e nós precisamos descobrir — temos de colocar em dúvida todas as instituições. Pois todos devemos nos tornar conscientes da situação mundial, da geral deterioração. As religiões falharam completamente. A educação não trouxe a paz ao mundo, embora se pensasse, outrora, que, se dando instrução ao homem, ele se tornaria tão civilizado que deixaria de haver guerras, já não haveria nacionalidades. Mas tudo isso foi "por água abaixo", porquanto, com os atuais meios de intercomunicação, está se verificando extraordinária mutação. A rapidez com que está se processando essa mutação é bem mais significativa do que a própria mutação. E não há paz neste mundo, e nenhum político, de qualquer espécie que seja, jamais conseguirá trazer a paz ao mundo. Isso porque os políticos — tal como a generalidade das pessoas, que também são parcialmente políticas — estão interessados principalmente nos problemas imediatos: o imediato bem-estar, a ação imediata, sem se preocupar com a perspectiva. Observando sua própria vida, poderá ver que você não sente interesse na totalidade da vida, se lhe interessando o "imediato" — seu emprego, sua posição, sua família, etc. — tudo isso dentro dos limites do "imediato". O político é obviamente um homem interessado nas coisas imediatas. E os chamados líderes sociais e religiosos estão igualmente interessados no "imediato".
Mas é necessário promover uma revolução radical. Pode uma pessoa não estar consciente da atuação da deterioração mental. Entretanto, se você observar, verá que há cada vez menos liberdade no mundo. As democracias falam em liberdade; mas todos têm de se submeter às regras do partido, ou á tradição. E a observância da tradição é, evidentemente, uma coisa fatal, porque impossibilita o homem de ver claramente, de discernir profundamente. E, em vista não só do estado em que se acha o mundo, mas também da angústia e da confusão nele reinantes, os que pensam com certa clareza tratam de negar a importância dos líderes e da autoridade; e o resultado é mais confusão, mais conflito e, por conseguinte, mais deterioração.
Estou certo de que você tem feito a si mesmo esta pergunta: Que se deve fazer num mundo que se acha em rápido declínio; que se pode fazer a respeito da guerra, da ameaça da boma, da tirania e do cerceamento da liberdade; e que pode fazer um indivíduo em face do problema da fome em todo o Oriente, da pobreza, da degradação, da geral desumanidade? Que podemos fazer, você e eu? Ou a ação cabe ao Governo e em nada concerne ao indivíduo? E, também, você deve ter perguntado a si mesmo: vendo-se o mundo como é, existe alguma realidade, uma coisa que se possa "experimentar", descobrir? estas perguntas só podem ser feitas quando a pessoa está muito profundamente insatisfeita, em profundo descontentamento. Mas a maioria de nós, quando nos vemos descontentes, encontramos fáceis possibilidades de nos contentarmos, fáceis maneiras de nos satisfazermos. E não sei se você tem notado que, quanto maior a confusão, quanto maior a incerteza, tanto maior se torna a busca de autoridade, tanto maior o desejo de nos apoiar nas coisas do passado. E observando tudo isso, observando os fatos os fatos que estão realmente sucedendo — os fatos, e não as opiniões relativas aos fatos, não o seu concordar ou sua tradução dos fatos em conformidade com o seu fundo — se torna evidente a necessidade de você ter uma mente nova, para enfrentar esses fatos, para compreendê-los e instituir uma diferente maneira de viver.
Sem dúvida, o problema é que há um imenso acúmulo de conhecimentos provenientes dos séculos passados, o peso do passado diante do futuro, que é desconhecido, uma parede lisa, que você desconhece completamente, mas o traduz nos termos do pretérito e, por conseguinte, pensa conhecê-lo. Mas, realmente, não o conhece. E esse me parece ser o problema central para o homem que realmente sentiu e, profundamente, fez a si próprio perguntas irrespondíveis — pois a maioria das pessoas faz perguntas com o fim de encontrar as respostas.
[...] Assim sendo, observando-se tudo isso — que a religião perdeu todo o seu significado, que a educação está formando técnicos e não entes humanos, que a existência moderna é extremamente superficial — que cumpre fazer? Como encontrar uma saída desse matagal, desse caos? Tudo depende da maneira como você faz a pergunta. Você pode fazê-la em consequência de reação e encontrar, assim, uma resposta que será também uma reação; ou pode fazê-la sem esperar resposta alguma. Ao fazer uma pergunta sem esperar resposta, pois não há uma resposta, você é reenviado a si mesmo e, por conseguinte, tem de indagar dentro de si mesmo e não fora de si.
Em geral fazemos perguntas porque desejamos respostas. Tenho um problema que desejo resolver; portanto, faço uma pergunta. Não desejo descobrir a verdade contida no próprio problema, não desejo penetrá-lo profunda e inflexivelmente; o que eu quero, a todo transe, é encontrar a solução, porque o problema me perturba. Desejo uma resposta satisfatória, confortante, conveniente — e essa resposta naturalmente, será uma reação. Dessa forma, toda indagação produtiva de reação só pode produzir mais reações e, consequentemente, mais problemas. Você pode aplicar isso a si mesmo, se lhe apraz, por si mesmo pode ver a sequência lógica de tal indagar. Ou pode perguntar, sem estar buscando, sem estar desejando nenhuma resposta; e, então, quando o faz, você é reenviado a si mesmo e, por conseguinte, tem de indagar, interiormente, como sua mente pensa, o que pensa e o porque o pensa — pois o que você pensa e porque você pensa, o que sente e o porque sente, isso é que cria o problema. Se, sem se compreender, se limitar a fazer uma pergunta que lhe proporcione resposta satisfatória, está evitando o fato — o que é — e esse fato é que você é o criador do problema, e não a sociedade, não a religião, em seu estado atual.
Assim, é muito importante a maneira como você faz a pergunta — e você tem de fazê-la. Se você a formula com o desejo de encontrar uma saída das aflições e da confusão reinantes no mundo, encontrará facilmente um guru, algum profeta, algum guia ou líder que momentaneamente poderá aplacar seu descontentamento, sua aflição. Mas, no fim de tudo, onde você fica? Continua no mesmo lugar onde estava por não ter compreendido que é o criador dos problemas. Mas, se pergunta e não tenta obter resposta, sua pergunta então tem o fim de descobrir; mas você só pode descobrir examinando seu próprio pensar, a qualidade do seu sentir, a natureza de suas emoções.
O que vamos fazer nestas palestras não é dar soluções a problemas, já que isso é sem valor, trivial; o que vamos fazer é aprender como olhar os problemas, como investigar cada problema que a vida apresenta, de modo que, pelo correto investigar, possamos descobrir. Com as palavras "correto investigar" quero dizer: jamais procurar a solução em ninguém, em nenhum livro, nenhuma autoridade, porém, sim, investigar com o fim de compreender todo o conteúdo do problema. E para esse investigar se necessita de uma mente bem clara, penetrante, lógica, sã, capaz de enfrentar fatos. Você deve ver que a sua mente está completamente presa ao passado, à tradição, à memória, à experiência de milhares de dias idos, e que com ela é que você olha a vida — a vida que é perene movimento e variação, que nunca pára. Assim, a mente promana do tempo, sendo "tempo" o passado que molda cada pensamento e sentimento. Com essa mente, que é o passado, o resultado de séculos de tempo, estamos tentando compreender a extraordinária mutação que está ocorrendo no mundo, estamos procurando compreender o sofrimento. Com essa mente, buscamos compreender o futuro, o desconhecido.
Assim, impende compreender por nós mesmos, e para isso precisamos investigar o estado de nossa própria mente — não tentando "resolver" o estado da mente, porém, sim, compreendê-lo. É necessário compreendê-lo. Com a palavra "compreender" quero dizer: olhar as coisas sem condenação, olhá-las sem avaliação — o que é dificílimo para a maioria das pessoas, senão todas; olhar, ver, escutar, sem introduzir opiniões, juízos, condenações e justificações: apenas olhar. Não sei se alguma vez você já fez isso — olhar sem pensamento, olhar uma flor sem lhe aplicar todos os seus conhecimentos de botânica — olhá-la, simplesmente. Se o experimentar, verá o quanto isso é difícil, pois a mente é escrava das palavras. Para a maioria de nós a palavra é mais significativa do que o fato. Enquanto a mente for escrava de palavras, de conclusões, de ideias, será totalmente incapaz de olhar e compreender.
Compreender um fato não é ter opinião a respeito dele, mas, sim, ter a capacidade de olhá-lo — olhá-lo sem julgamento, sem a palavra. Não sei se alguma vez você já olhou para uma ave ou uma árvore, ou para a esqualidez, a imundície das ruas. Estou empregando as palavras "esqualidez" e "imundície" no sentido lexicográfico, sem lhe emprestar nenhum conteúdo emocional. Porque, veja bem, se você está apto a olhar, deixa de haver medo. Não há temor ao ser capaz de olhar, capaz de olhar a si mesmo. E você precisa dessa maneira, pois só assim poderá se conhecer. Se não se conhece, nenhuma razão você tem para pensar, nenhuma base tem para o pensamento, pois é um mero autômato, que pensa o que lhe é mandado pensar. Mas, se você for capaz de se observar, se observar seus modos de ser, seu pensar, suas atividades, observar como olha as pessoas, o que vê, o que faz, como fala — tudo isso — descobrirá então que essa observação, esse ver, esse total percebimento é energia, é a chama que consome o passado.
E verá então, por si mesmo, que a mente penetrou fundo em si mesma profundamente, porque o fomento da educação, do progresso, da industrialização, está nos tornando cada vez mais superficiais. E a vida não é só indústria, não é só exercer um emprego, ganhar dinheiro e gerar filhos. A vida é coisa bem mais grandiosa do que tudo isso, incluindo também tudo isso. Mas o menor não pode conter o maior; o maior é que contém o menor. Entretanto, aparentemente, nos contentamos com o menor e, por conseguinte, estamos interessados no "imediato" E a vida está se tornando sobremodo superficial. Você pensa que ir semanalmente ou diariamente a uma cerimônia hinduísta, a isto ou áquilo, lhe torna muito "direto", você pensa ser muito atencioso porque leu uns tantos livros; mas tudo isso é muito superficial. O profundo não se encontra em nenhum livro, ainda que seja o Gita ou os Upanishads. Não se encontra em nenhum guru, nenhum templo ou igreja. Cumpre ser encontrado dentro de você mesmo. Você tem de penetrar muito, penetrar profundamente em si mesmo, passo a passo, observando cada movimento de seu ser, cada ação, cada sentimento. E verá então que não há limite, que nunca se alcança o fundo daquilo que você vê.
Certamente, só a mente que de todo se dissociou da sociedade, da tradição, que se tornou capaz de estar completamente só, só ela pode descobrir se existe o inefável, o incognoscível. E existe. Digo que existe; mas isso nenhum valor tem para você, absolutamente, porque você é que tem de descobri-lo. O laboratório é você mesmo; cabe-lhe demolir, destruir tudo, para poder descobrir. Essa é a única revolução interessante, de profunda significação; não o é a revolução econômica, a revolução social, a revolução industrial a que estamos assistindo neste país.
Só há uma revolução: a revolução da mente, a revolução da consciência; e essa revolução não se realiza com discussões, com palavras, com inferências e conclusões. Essa revolução chega, profunda, douradora, precisa, ao penetrar em si mesmo, sem aceitar coisa alguma e, por conseguinte, contestando tudo. E, com esse próprio contestar, que não é busca de nenhuma resposta, você descobrirá que uma extraordinária revolução ocorrerá sem esforço algum. E só então a mente pode descobrir por si mesma se há, ou não, o atemporal.
Jiddu Krishnamurti em, A Mutação Interior
Em geral fazemos perguntas porque desejamos respostas. Tenho um problema que desejo resolver; portanto, faço uma pergunta. Não desejo descobrir a verdade contida no próprio problema, não desejo penetrá-lo profunda e inflexivelmente; o que eu quero, a todo transe, é encontrar a solução, porque o problema me perturba. Desejo uma resposta satisfatória, confortante, conveniente — e essa resposta naturalmente, será uma reação. Dessa forma, toda indagação produtiva de reação só pode produzir mais reações e, consequentemente, mais problemas. Você pode aplicar isso a si mesmo, se lhe apraz, por si mesmo pode ver a sequência lógica de tal indagar. Ou pode perguntar, sem estar buscando, sem estar desejando nenhuma resposta; e, então, quando o faz, você é reenviado a si mesmo e, por conseguinte, tem de indagar, interiormente, como sua mente pensa, o que pensa e o porque o pensa — pois o que você pensa e porque você pensa, o que sente e o porque sente, isso é que cria o problema. Se, sem se compreender, se limitar a fazer uma pergunta que lhe proporcione resposta satisfatória, está evitando o fato — o que é — e esse fato é que você é o criador do problema, e não a sociedade, não a religião, em seu estado atual.
Assim, é muito importante a maneira como você faz a pergunta — e você tem de fazê-la. Se você a formula com o desejo de encontrar uma saída das aflições e da confusão reinantes no mundo, encontrará facilmente um guru, algum profeta, algum guia ou líder que momentaneamente poderá aplacar seu descontentamento, sua aflição. Mas, no fim de tudo, onde você fica? Continua no mesmo lugar onde estava por não ter compreendido que é o criador dos problemas. Mas, se pergunta e não tenta obter resposta, sua pergunta então tem o fim de descobrir; mas você só pode descobrir examinando seu próprio pensar, a qualidade do seu sentir, a natureza de suas emoções.
O que vamos fazer nestas palestras não é dar soluções a problemas, já que isso é sem valor, trivial; o que vamos fazer é aprender como olhar os problemas, como investigar cada problema que a vida apresenta, de modo que, pelo correto investigar, possamos descobrir. Com as palavras "correto investigar" quero dizer: jamais procurar a solução em ninguém, em nenhum livro, nenhuma autoridade, porém, sim, investigar com o fim de compreender todo o conteúdo do problema. E para esse investigar se necessita de uma mente bem clara, penetrante, lógica, sã, capaz de enfrentar fatos. Você deve ver que a sua mente está completamente presa ao passado, à tradição, à memória, à experiência de milhares de dias idos, e que com ela é que você olha a vida — a vida que é perene movimento e variação, que nunca pára. Assim, a mente promana do tempo, sendo "tempo" o passado que molda cada pensamento e sentimento. Com essa mente, que é o passado, o resultado de séculos de tempo, estamos tentando compreender a extraordinária mutação que está ocorrendo no mundo, estamos procurando compreender o sofrimento. Com essa mente, buscamos compreender o futuro, o desconhecido.
Assim, impende compreender por nós mesmos, e para isso precisamos investigar o estado de nossa própria mente — não tentando "resolver" o estado da mente, porém, sim, compreendê-lo. É necessário compreendê-lo. Com a palavra "compreender" quero dizer: olhar as coisas sem condenação, olhá-las sem avaliação — o que é dificílimo para a maioria das pessoas, senão todas; olhar, ver, escutar, sem introduzir opiniões, juízos, condenações e justificações: apenas olhar. Não sei se alguma vez você já fez isso — olhar sem pensamento, olhar uma flor sem lhe aplicar todos os seus conhecimentos de botânica — olhá-la, simplesmente. Se o experimentar, verá o quanto isso é difícil, pois a mente é escrava das palavras. Para a maioria de nós a palavra é mais significativa do que o fato. Enquanto a mente for escrava de palavras, de conclusões, de ideias, será totalmente incapaz de olhar e compreender.
Compreender um fato não é ter opinião a respeito dele, mas, sim, ter a capacidade de olhá-lo — olhá-lo sem julgamento, sem a palavra. Não sei se alguma vez você já olhou para uma ave ou uma árvore, ou para a esqualidez, a imundície das ruas. Estou empregando as palavras "esqualidez" e "imundície" no sentido lexicográfico, sem lhe emprestar nenhum conteúdo emocional. Porque, veja bem, se você está apto a olhar, deixa de haver medo. Não há temor ao ser capaz de olhar, capaz de olhar a si mesmo. E você precisa dessa maneira, pois só assim poderá se conhecer. Se não se conhece, nenhuma razão você tem para pensar, nenhuma base tem para o pensamento, pois é um mero autômato, que pensa o que lhe é mandado pensar. Mas, se você for capaz de se observar, se observar seus modos de ser, seu pensar, suas atividades, observar como olha as pessoas, o que vê, o que faz, como fala — tudo isso — descobrirá então que essa observação, esse ver, esse total percebimento é energia, é a chama que consome o passado.
E verá então, por si mesmo, que a mente penetrou fundo em si mesma profundamente, porque o fomento da educação, do progresso, da industrialização, está nos tornando cada vez mais superficiais. E a vida não é só indústria, não é só exercer um emprego, ganhar dinheiro e gerar filhos. A vida é coisa bem mais grandiosa do que tudo isso, incluindo também tudo isso. Mas o menor não pode conter o maior; o maior é que contém o menor. Entretanto, aparentemente, nos contentamos com o menor e, por conseguinte, estamos interessados no "imediato" E a vida está se tornando sobremodo superficial. Você pensa que ir semanalmente ou diariamente a uma cerimônia hinduísta, a isto ou áquilo, lhe torna muito "direto", você pensa ser muito atencioso porque leu uns tantos livros; mas tudo isso é muito superficial. O profundo não se encontra em nenhum livro, ainda que seja o Gita ou os Upanishads. Não se encontra em nenhum guru, nenhum templo ou igreja. Cumpre ser encontrado dentro de você mesmo. Você tem de penetrar muito, penetrar profundamente em si mesmo, passo a passo, observando cada movimento de seu ser, cada ação, cada sentimento. E verá então que não há limite, que nunca se alcança o fundo daquilo que você vê.
Certamente, só a mente que de todo se dissociou da sociedade, da tradição, que se tornou capaz de estar completamente só, só ela pode descobrir se existe o inefável, o incognoscível. E existe. Digo que existe; mas isso nenhum valor tem para você, absolutamente, porque você é que tem de descobri-lo. O laboratório é você mesmo; cabe-lhe demolir, destruir tudo, para poder descobrir. Essa é a única revolução interessante, de profunda significação; não o é a revolução econômica, a revolução social, a revolução industrial a que estamos assistindo neste país.
Só há uma revolução: a revolução da mente, a revolução da consciência; e essa revolução não se realiza com discussões, com palavras, com inferências e conclusões. Essa revolução chega, profunda, douradora, precisa, ao penetrar em si mesmo, sem aceitar coisa alguma e, por conseguinte, contestando tudo. E, com esse próprio contestar, que não é busca de nenhuma resposta, você descobrirá que uma extraordinária revolução ocorrerá sem esforço algum. E só então a mente pode descobrir por si mesma se há, ou não, o atemporal.
Jiddu Krishnamurti em, A Mutação Interior
Nenhum comentário:
Postar um comentário