domingo, 27 de março de 2016

A infância e a neurose de longa duração


Todas as condições excepcionais, sob as quais o casal desigual realiza seu relacionamento amoroso: o adulto que não consegue se livrar da participação na mútua dependência, pois necessariamente ela deriva de uma relação sexual, em que ele tem toda autoridade e direito à aplicação de castigos e pode trocar seu papel com o parceiro para poder satisfazer seus caprichos sem nenhum impedimento; a criança indefesa, entregue a essa arbitrariedade, é precocemente despertada a todas as sensações e está sujeita a todas as decepções, sendo frequentemente interrompida no exercício das funções sexuais que lhe são destinadas por meio do controle incompleto das suas necessidades naturais — todas essas DESPROPORÇÕES GROTESCAS E TRÁGICAS marcam o desenvolvimento posterior do indivíduo e SUA NEUROSE em inúmeros efeitos DE LONGA DURAÇÃO, dignos da perseguição mais minuciosa. 

S. Freud, 1896

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"É porque se espalha o grão que a semente acaba
por encontrar um terreno fértil."-
Júlio Verne


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"A aventura é, sempre e em todos os lugares, uma passagem pelo véu que separa o conhecido do desconhecido; as forças que vigiam no limiar são perigosas e lidar com elas envolve riscos; e, no entanto, todos os que tenham competência e coragem verão o perigo desaparecer." — Joseph Campbell em, O Herói de Mil Faces

"Acredito que o maior presente que alguém me pode dar é ver-me, ouvir-me, compreender-me e tocar-me. O maior presente que eu posso dar é ver, ouvir, entender e tocar o outro. Quando isso acontece, sinto que fizemos contato" — Virginia Satir

"A mente inocente é aquela que não pode ser ferida. Uma mente sem marcas de ferimentos recebidos — eis a verdadeira inocência; temos cicatrizes no cérebro e, com elas, queremos descobrir um estado mental sem ferimento algum. A mente inocente não pode ferir-se (isto é, sofrer ofensa), porque nunca transporta um ferimento de dia para dia. Não há, pois, nem perdão, nem lembrança.[...] A mente em conflito não tem nenhuma possibilidade de compreender a Verdade" — Krishnamurti