Profissionais de vários campos têm obras valiosas sobre as dinâmicas da nossa vida familiar, abuso e influências sociais, e seu efeito no nosso desenvolvimento. Virginia Satir, Alice Miller, Jane Middleton-Moz, Charles Whitfield, Sharon Wegscheider-Cruse, John Bradshaw e muitos outros escreveram de maneira sensível e hábil sobre a família original. Descreveram tanto o comportamento funcional como o disfuncional, os seus resultados e os caminhos rumo à cura individual e familiar. É muito claro que os tipos de respostas humanas e outros estímulos a que estamos expostos, dia após dia durante anos das nossas vidas, possuem um profundo efeito na nossa auto-imagem, nos nossos valores e na maneira como nos comportamos.
Algumas crianças têm a sorte de nascer de pais amorosos e conscientes que podem encorajar e celebrar os dons únicos dos filhos, reconhecendo e nutrindo a sua natureza espiritual. Nessas famílias, tanto a mãe como o pai se importam profundamente com o filho ou filha. Respeitam a integridade pessoal da criança e apoiam a emergência da sua personalidade particular e da sua expressão criativa. Passam o tempo guiando, confortando, ensinando e aprendendo com os filhos. Estão emotivamente disponíveis um para o outro e para a família. E têm a humildade de admitir e aprender com seus erros. Discutem abertamente problemas que surgem com o crescimento dos filhos e respeitam toda a gama de emoções que existem como parte da experiência humana. A atmosfera do lar fica cheia de amor, aceitação, ternura, flexibilidade e honestidade: há um consistente sentido de consideração mútua positiva.
Muitos indivíduos que cresceram nesse tipo de situação geralmente experimentam o mundo como um lugar amistoso, generoso e excitante. Podem facilmente conectar-se com a beleza e alegria que há dentro e ao redor deles. Muitas vezes se sentem abençoados por estarem vivos e consideram que a vida, com todas as suas imperfeições, deve ser vivida o mais plenamente possível. A maioria dos dias são bem-vindos e cheios de riqueza. As situações difíceis são desafios, e não problemas. O corpo está meio cheio, em vez de meio vazio.
Aqueles que são compreendidos e apreciados na infância geralmente trilham seu caminho no mundo com mais facilidade do que os que não o são. Sentem-se em casa. Costumam ser mais autoconfiantes e competentes nos seus empreendimentos, Através de pais amorosos e tolerantes, preservam e cultivam a ligação com suas origens divinas e, como resultado, são mais capazes de desenvolver um senso expansivo de si e do mundo.
No entanto, como sabemos, muitas pessoas não nascem nesses ambientes felizes. Muitos de nós nascem no deserto, jogados na dolorosa sobrevivência como seres humanos. Desde o início somos cercados de abusos físicos, emocionais, intelectuais, sexuais ou espirituais, por emoções violentas, e por um mundo que não só não nos apoia, como nos diz repetidas vezes que somos maus.
Christina Grof em, Sede de Plenitude - Apego, Vício e Caminho Espiritual
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